Segundo Marcos Rocha, as medidas de segurança em Israel são rigorosas e eficientes, mas não anulam o medo. “É uma experiência que nunca vou esquecer”, declarou
O governador de Rondônia, Coronel Marcos Rocha (União Brasil), relatou com exclusividade à CNN Brasil os momentos de tensão vividos nos últimos dias em Israel, onde se encontra desde o dia 9 de junho, integrando uma comitiva de autoridades e políticos brasileiros que participam de uma feira internacional de tecnologia em Tel Aviv. A visita, no entanto, foi surpreendida pelo acirramento do conflito entre Israel e Irã, que trocam ataques desde a madrugada do último sábado (14).
“É bom que se diga, que nós estamos protegidos. Existem os bunkers, os locais de maior proteção. A gente aqui escuta as sirenes e os avisos sonoros para que se vá para os abrigos. A gente escuta sim os estrondos das explosões”, afirmou o governador.
Segundo Marcos Rocha, as medidas de segurança em Israel são rigorosas e eficientes, mas não anulam o medo. “É uma experiência que nunca vou esquecer”, declarou. O governador detalhou que, ao soar das sirenes, há cerca de 40 segundos a um minuto para que todos se abriguem em locais protegidos. “Lá dentro não demora muito tempo que você comece a ouvir as explosões. Quando o ataque acaba, você ainda tem que aguardar algum tempo até que as autoridades identifiquem para que as pessoas possam sair dos abrigos.”
Mesmo com a tensão, Rocha optou por permanecer no país, enquanto parte da comitiva brasileira já deixou Israel pela fronteira com a Jordânia nesta segunda-feira (16). O governador explicou que sua decisão foi pautada pela prioridade de evacuação para aqueles que apresentavam maior necessidade. “Particularmente eu optei por deixar aqueles que estão mais ansiosos, ou que precisam de medicamentos que não conseguem comprar aqui ou que precisam de algum tratamento especializado, que possam ir na frente. Isso foi trabalhado pela embaixada de Israel.”
A situação em Israel se agravou após uma série de ataques aéreos realizados pelo país contra 150 alvos iranianos, seguida por uma ofensiva do Irã que lançou dezenas de mísseis contra cidades israelenses, incluindo Jerusalém e Tel Aviv. Os ataques intensificaram o clima de guerra na região e causaram apreensão entre autoridades internacionais.
Rocha relatou que a noite de sábado foi especialmente difícil. “Essa noite foi uma noite intensa, espero que saibam disso. Escutamos as explosões e soubemos depois de tudo que aconteceu. É uma situação de guerra. Viemos aqui em busca de tecnologia […] Infelizmente fomos surpreendidos com essa situação”, lamentou.
Questionado sobre a articulação para deixar Israel, o governador afirmou que não tem mantido contato direto com o governo federal. “Eu não tenho conversado diretamente com o governo federal. Esse diálogo tem sido feito do governo federal – é o que eu acredito – com as embaixadas. Então, o que eu sei é que eles estão trabalhando na evacuação.”
Em nota divulgada nesta segunda-feira (16), o Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha de perto a situação dos brasileiros em Israel. Para as 27 autoridades que ainda permanecem no país, o governo israelense propôs a evacuação por via terrestre até a Jordânia, onde deverão embarcar em voos comerciais de volta ao Brasil.
Enquanto isso, Marcos Rocha segue abrigado em bunkers junto ao grupo, aguardando as próximas etapas da operação de retirada em meio a um cenário de conflito e incerteza.
Fonte: JH Notícias