Léo Moraes deve rever a sua liderança na Câmara. Breno Mendes não consegue articular nada já perdeu a sua identidade de fiscal do povo

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O conceito de um líder de governo no parlamento é de alguém que seja polido, que tenha articulação, que saiba conversar, apresentar alternativas que busquem o convencimento dos parlamentares para aprovação de projetos de interesse do executivo. Tudo exatamente ao contrário do vereador Breno Mendes (Avante), escolhido pelo prefeito Leo Moraes (Podemos) para ser o seu interlocutor junto aos demais vereadores.

Combativo e sem meias palavras, Breno Mendes não faz o tipo agregador, não tem nenhum poder de convencimento político junto aos seus pares e parece não estar nem um pouco interessado nos interesses do prefeito Leo Moraes. Tanto que quase toda semana entra em conflito com os vereadores. Léo Moraes não conseguiu eleger nenhum vereador na sua coligação e precisa de votos na Câmara Municipal para agilizar os seus feitos administrativos, mas tem encontrado barreiras na Câmara Municipal, muito por causa da truculência do seu líder.

Autodenominado fiscal do povo, Breno Mendes está preso numa função que vai contra os seus próprios princípios políticos. Dizem que a sua escolha, por parte de Leo Moraes, foi para, exatamente, neutralizar o vereador, que é afeito a um barraco populista e lacrador, sendo então, melhor, tê-lo ao lado do que na oposição.

Não se faz aqui nenhuma alusão ao trabalho do vereador Breno Mendes, que como parlamentar independente seria um dos melhores da Câmara Municipal, exatamente por ser combativo. A referência é sobre a função que Breno Mendes ocupa, que não tem nada a ver com ele e que tem prejudicado o relacionamento do próprio prefeito com os demais vereadores.

Diante dessas dificuldades enfrentadas na Câmara Municipal para tramitação de projetos simples é que o prefeito Léo Moraes estaria analisando uma possível troca de liderança, que teria de ser de uma forma que não transformasse o aliado em adversário. A troca deve ocorrer já no segundo semestre, depois do recesso parlamentar de julho.

Moraes teria pensado até em oferecer uma secretaria a Breno Mendes, mas lembrou que o vereador foi chefe de gabinete do ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB) e ao ser exonerado pelos mesmos motivos da falta de traquejo político e difícil relacionamento com os colegas servidores, acabou se tornando um ferrenho adversário do antigo mandatário.

A libertação de Breno Mendes das garras da liderança de governo fará ressurgir um vereador atuante, defensor do povo, de acordo com suas propostas de campanha. Hoje o fiscal do povo não consegue fiscalizar nada, pois deve o amém diário ao chefe do executivo e a população começa a cobrar.

O Breno Mendes líder do governo não está nos bairros, não está na Energisa, sumiu das redes sociais, das praças, das Upas, dos postinhos de saúde, perdeu a identidade que levou anos para construir. Esse Breno Mendes que se apresenta na Câmara de Porto Velho não é um líder de governo e não é mais o fiscal do povo. Precisa se reinventar, voltar a ser autêntico, sob pena de que o povo descubra que era apenas um personagem eleitoral.