Brasil – O advogado Jeffrey Chiquini, responsável pela defesa do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, conhecido como “Kid Preto”, contestou de forma veemente as provas apresentadas pela Polícia Federal (PF) e pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no julgamento do núcleo 3 do chamado “grupo de elite”, acusado de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Veja Vídeo:
Em declaração feita nesta terça-feira (20), após sessão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), Chiquini afirmou que as principais evidências usadas pela acusação são falsas, especialmente no que diz respeito à localização atribuída a Rodrigo Bezerra. Segundo o advogado, os dados apresentados pela PF foram desmentidos por informações oficiais fornecidas pela Apple.
“O rastreamento do ‘Kid Preto’ usado para embasar a acusação é contrariado pelo geolocalizador da Apple”, afirmou Chiquini. “Trata-se de uma acusação fraudulenta, sustentada por provas falsas de localização.”
Para a defesa, houve negligência por parte da autoridade policial, que ignorou provas de inocência entregues ao longo do processo. Chiquini ressaltou que, embora o STF tenha aceitado parcialmente a denúncia, ainda há espaço para que a defesa demonstre as falhas na acusação.
“Quando a acusação traz uma localização e a Apple me diz o contrário, isso precisa ser analisado. É uma acusação sustentada em informações inverídicas, e isso é inaceitável”, destacou o advogado.
Defesa aposta em depoimentos Apesar da decisão do STF de transformar dez dos doze acusados do núcleo 3 em réus, Chiquini acredita que o processo ainda está longe do desfecho.
“Tem muita água para rolar”, declarou. “Agora começam as audiências, com depoimentos prestados sob contraditório. Papel aceita tudo, mas agora são as provas que realmente importam.”
O advogado destacou que o julgamento entrará em uma nova fase, com a oitiva de testemunhas e a possibilidade de confrontar as provas apresentadas pela acusação diretamente.
Decisão do STF A 1ª Turma do STF acolheu, de forma unânime, o voto do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e aceitou a denúncia contra dez acusados de compor o núcleo 3 da suposta tentativa de golpe. Entretanto, dois dos investigados, o coronel da reserva Cleverson Ney e o general Nilton Diniz Rodrigues, tiveram suas denúncias rejeitadas. Para Moraes, não há elementos suficientes para manter as acusações contra os dois militares, entendimento seguido pelos demais ministros.
O caso
Rodrigo Bezerra de Azevedo, o “Kid Preto”, é acusado de participar da organização de um plano golpista, mas sua defesa sustenta que as provas são frágeis e baseadas em informações manipuladas. A controvérsia sobre a localização de Azevedo, considerada peça-chave pela acusação, pode ser determinante para o rumo do processo.
O vídeo com a declaração de Jeffrey Chiquini foi divulgado logo após a audiência, reforçando a estratégia da defesa de expor o que considera uma “acusação inverídica” e um erro grave na investigação.
Fonte: Gomes / CM7