Quinta-feira, Maio 8, 2025
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Médico é preso com a mãe por suspeita de matar esposa com “chumbinho”

Brasil – Um caso que envolve traição, suspeita de envenenamento e morte chocou moradores de Ribeirão Preto nesta semana. O médico Luiz Antonio Garnica, de 38 anos, e sua mãe, Elizabete Arrabaça, de 67, foram presos temporariamente nesta terça-feira (6) por suspeita de envolvimento no assassinato de Larissa Tale Rodrigues, esposa do ortopedista.

Larissa, de 37 anos, era professora de pilates e morreu no dia 22 de março, após ser encontrada desacordada no banheiro do apartamento onde vivia com o marido, no Jardim Botânico, zona sul da cidade. O próprio Garnica acionou a polícia e o Samu, alegando ter chegado do trabalho e encontrado a esposa caída. A equipe médica, no entanto, constatou que o corpo já apresentava rigidez cadavérica, indicando que a morte teria ocorrido cerca de dez horas antes.

A investigação inicial tratou o caso como morte suspeita, mas os indícios de irregularidade logo se intensificaram. De acordo com o delegado Fernando Bravo, responsável pelo inquérito, a solicitação da prisão temporária foi feita após laudos toxicológicos apontarem que a causa da morte foi envenenamento por “chumbinho”, um raticida altamente tóxico, proibido no Brasil desde 2012, mas ainda encontrado no mercado clandestino.

Segundo a polícia, Elizabete Arrabaça teria procurado a substância 15 dias antes da morte de Larissa, chegando a ligar para uma conhecida fazendeira em busca do produto. A idosa também foi a última pessoa da família a ter contato com a vítima, na véspera do óbito. A suspeita é de que Larissa tenha sido envenenada gradualmente ao longo de dias, apresentando sintomas como dores abdominais e diarreia.

Testemunhas relataram que Larissa havia descoberto uma relação extraconjugal do marido pouco antes de morrer. A professora chegou a contar a amigos sobre o caso, além de encontrar brinquedos sexuais e comprovantes de viagem no carro do médico, que indicavam uma ida recente a São Paulo com a amante. Ela também gravou um vídeo de Luiz Antonio entrando no prédio onde mora a outra mulher. Esta terceira pessoa também está sendo investigada, já que teria ido ao cinema com o médico na noite anterior à morte de Larissa, possivelmente para simular um álibi.

A mãe do médico chegou a passar mal durante o interrogatório na delegacia e precisou ser socorrida pelo Samu. Após receber alta médica na madrugada de quarta-feira (8), ela foi encaminhada à audiência de custódia. O filho foi detido em sua clínica, no Jardim Califórnia, e também deve passar por audiência.

Os advogados de defesa alegam que não houve crime. O defensor de Luiz Antonio, Julio Cesar Guimarães Mossin, afirmou que seu cliente é inocente e que a prisão é ilegal. Já o advogado de Elizabete, Bruno Correa Ribeiro, informou que ainda não teve acesso completo à denúncia.

Morte da irmã será investigada

Agora, a polícia investiga também a morte da irmã do médico, Nathalia Garnica, ocorrida em fevereiro, um mês antes do falecimento de Larissa. Na época, a causa foi atestada como infarto, mas as semelhanças entre os casos levantaram suspeitas. A Polícia Civil avalia pedir a exumação do corpo de Nathalia para verificar se houve, também ali, envenenamento.

As investigações continuam e envolvem análise dos celulares dos envolvidos, perícias no local da morte e rastreamento da origem do veneno. A polícia ainda não informou se novas prisões poderão ser solicitadas.

Por: Oliveira / CM7

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