Início POLÍTICA Carlos Lupi pede demissão após escândalo de fraudes no INSS

Carlos Lupi pede demissão após escândalo de fraudes no INSS

Brasil – O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, anunciou sua demissão na sexta-feira (2/5), em meio a um escândalo de fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A saída de Lupi ocorre após a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF), revelar um esquema que desviou até R$ 6,3 bilhões de aposentadorias e pensões, afetando cerca de 4 milhões de beneficiários.

A investigação da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU) expôs um sistema de descontos irregulares, no qual entidades sindicais e associações cobravam mensalidades de aposentados sem autorização. O caso ganhou repercussão após a revelação de que Lupi foi alertado sobre as irregularidades em junho de 2023, durante uma reunião do Conselho Nacional de Previdência Social, mas teria demorado quase um ano para agir.

Lupi, que indicou Alessandro Stefanutto para a presidência do INSS, viu sua posição se tornar insustentável após o afastamento de Stefanutto e outros diretores do órgão, alvos da operação. Documentos sugerem que o ministro foi omisso diante das denúncias, o que intensificou a pressão por sua saída. O Palácio do Planalto confirmou que o deputado federal Wolney Queiroz (PDT) assumirá o Ministério da Previdência, enquanto o procurador federal Gilberto Waller Júnior foi nomeado novo presidente do INSS.

O esquema, que operava por meio de empresas ligadas a um lobista conhecido como “Careca do INSS”, envolveu repasses milionários e até a transferência de bens de luxo. A PF aponta que associações de fachada filiavam até 1.500 aposentados por hora, descontando valores diretamente dos benefícios. O prejuízo acumulado entre 2019 e 2024 é estimado em R$ 6,3 bilhões, mas investigações sugerem que o montante pode chegar a R$ 8 bilhões desde 2016.

Em pronunciamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que seu governo descobriu a fraude e determinou que as entidades responsáveis sejam processadas e obrigadas a ressarcir as vítimas. Lupi, por sua vez, alegou que a pasta realizou auditorias e que as ações da PF e CGU foram resultado de esforços iniciados em sua gestão. No entanto, a oposição, liderada por figuras como a senadora Damares Alves, acusa o ministro de omissão e já protocolou ações contra ele na Procuradoria-Geral da República.

A crise no INSS expôs vulnerabilidades no sistema de benefícios e gerou indignação entre aposentados, que exigem a devolução dos valores descontados. O governo anunciou a suspensão de acordos com entidades associativas e prometeu revisar convênios para evitar novas fraudes. Enquanto isso, o caso segue sob investigação, com a PF buscando identificar todos os envolvidos no esquema que lesou milhões de brasileiros.

Fonte: Gomes / CM7

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